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terça-feira, 15 de setembro de 2009
Sobre a condição feminina
Ontem, quando estava na fila p/ pagar uma multa de biblioteca a qual eu ñ tinha dado causa (é, foi um erro do sistema, e, como tudo nesse país, a parte + fraca paga o pato, nesse caso eu, q ñ tinha como provar o q tava dizendo), escutei, sem querer, a conversa de duas mulheres que estavam na minha frente na fila (uma delas estava grávida, c/ um barrigão enorme, mas nem por isso perdia a classe, estava toda maquiada e arrumada). Pois bem, a gravidinha estava comentando c/ a outra (q era q estava imediatamente na minha frente) q tinha trancado o curso pq estava numa gravidez de alto risco, aí ia deixar o TCC p/ depois da criança nascer. Ao q a outra comentou q tb ela, qdo estava grávida, teve complicações na gravidez, ela descobriu q tinha diabetes e foi fazer uns exames, aí qdo foi um belo dia, q ela foi p/ o hospital fazer um exame acho q d rotina, a médica disse q a filha dela ia nascer naquele momento, pois se esperasse p dia seguinte, ela nasceria morta (devido a alguma complicação por causa da diabetes, eu acredito). Pois bem, a criança nasceu e foi direto p/ a incubadora e a mãe só a viu 2 dias depois. Foi qdo a gravidinha perguntou se ela estava bem e a primeira respondeu: "Oxe, já tá c 7 anos, uma mocinha já!". Depois do "graças a Deus" da gravidinha e de amab se desejarem sorte qdo a grávida terminou de ser atendida e foi-se embora fiquei pensando na nossa condição feminina:
Explico, logo atrás de mim tinha um rapaz na fila, e, ñ pude deixar de pensar q ele talvez estivesse achando chato aquele papo de mulher, de gravidez, filhos e tal, pensando, quem sabe, "graças a Deus nunca vou ter de passar por isso" (a gravidinha comentou q tinha inchado muito e a barriga tava pesada). E eu me identifiquei c as duas bastante. Embora nunca tenha ficado grávida, um dia pretendo ter filhos e, óbivo, me solidarizo c/ os problemas femininos, muitos dos quais eu tb passo. Aliás, ontem msmo eu fui pagar aquela multa na marra, passei o dia passando mal por causa do meu descompensado fluxo menstrual, a ponto de, a maior parte do dia, ser difícil até ficar em pé de tanta dor (ñ é exagero, é verdade). Pensei tb q, se o homem soubesse o q eu tinha passado daria graças a Deus + uma vez por ñ ser mulher. Ok, sei q ñ estava dentro da cabeça do rapaz p saber o q ele estava pensando, tvez ele estivesse voando e nem ouvido nada, mas o q quero dizer é, nós mulheres passamos maus bocados e aguentamos tudo d cabeça erguida (e nem sempre é fácil. A cabeça às vezes pode até estar pendendo, mas, qdo temos uma motivação maior por trás, passamor por cima de todos os problemas e seguimos adiante _seja p/ proteger nossos filhos (o caso das duas da fila), familiares, nosso emprego, sonhos o que for_). Pense bem: se vc q me lê for mulher sabe d q estou falando: desde pequena, ainda hoje, somos, de certa forma, educadas p/ a família, p/ sermos donas-de-casa, mães, essas coisas _ ñ que isso seja uma coisa ruim, pelo contrário _ (afinal, p q vc acha q a gente brinca d boneca? Eu amava, só q pensa bem, isso ñ é já um princípio d instinto materno despertando na + tenra idade ainda q só seja percebido msmo anos + tarde?). É claro q, atualmente, somos tb educadas p/ mercado d trabalho, p/ termos nossa chance, nosso sustento, nosso ganha-pão. Mas a gente luta pelo nosso emprego sem deixar os filhos d lado, sem deixar os planos d ter uma vida a 2, msmo sabendo q, provavelmente, por + moderno q seu marido (futuro ou atual) seja, muita coisa ainda vai sobrar p/ vc _ñ, eu tb ñ sou casada, rs..._, talvez até a maioria, em especial, cuidar dos filhos e da cozinha (a ñ ser q vc seja uma sortuda q tem um chef d cozinha como companheiro, né? ;) ). E por que ñ desistimos? Por que? Porque somos vencedoras. Um homem ñ aguentaria sentir todo mês dores nas costas, nas pernas, ficar c/ os seios inchados, mal-humorado, sensível, chorando c/ qq propaganda d margarina ou c/ um desejo louco por doces originado dos seus hormônios bagunçados. Um homem ñ aguentaria passa por tudo isso e ainda ir trabalhar, ir buscar o filho na escola, preparar o almoço, trabalhar, assistir/dar aula, arrumar a casa... Ou pior, ter d fazer tudo isso c/ cólica, enjoado. Ou, até msmo, fazer tudo isso grávido! Já pensou um homem c/ um buchão, inchado, cheio de dor nas costas e nas pernas, c desejos estapafúrdios e indo trabalhar? Ñ só impossível como tb inconcebível. É por isso q eu acho q a mulher ñ conhece ainda o poder q tem. Tipo, a gente faz tudo o q os homens fazem e ainda passamos por tudo isso e usamos salto!!! Qdo vejo outras mulheres na rua, ñ encaro como rivais, sou acostumada c/ muitas mulheres em volta (Recife tem + mulher q homem, né, gente?!), tanto na sala d aula como em família, e, acho q são amigas em potenciais. Ou, pelo menos, estamos todas unidas pela mesma condição biológica/fisiológica, o q talvez, nos torne + humanas. Quem sente tanta dor se torna + sensível a dor dos outros, se torna + solidário, + cidadão, por essa razão somos tão companheiras.
Eu tinha pensado, a princípio, em escrever meio revoltada, dizendo "Ah! Por que temos q passar por isso todo mês? Por que ficamos inchadas qdo estamos grávidas, corremos o *risco de morrer qdo damos a luz entre tantas outras coisas..." . Mas acho q sei a resposta: Deus ñ dá um fardo maior do q se pode carregar, se passamos por isso, é talvez, antes, p/ sentirmos o prazer de ser mãe, a inexplicável sensação _assim comentam_ de ter um serzinho se formando dentro d vc, o qual irá, nos primeiros anos d vida, depender d tudo p vc e te terá como um anjo na Terra, um vínculo único q ninguém pode destruir por + q tente, p/ q vc veja o primeiro sorriso, os primeiros passos, entre tantas outras coisas. Um homem jamais saberá o q é isso (eu ñ sei ainda, mas acho q qdo chegar a hora vai compensar tudo q já sofri em anos de "naqueles dias") e, como disse, acredito q ñ suportaria. Então, na verdade, tvez Deus tenha querido nos dar um presente, um presente tão especial q, p/ merecermos temos q passar por tanta coisa. Acho q ser mulher é um pouco disso tudo, uma benção e ao mesmo tempo um fardo, é vislumbrar um pedacinho do paraíso sem morar mesmo nele _ enquanto em vida, isso só saberemos quando a hora chegar _, sabendo que vamos ter dias de ruins, mas que os bons compensam tudo o mais.
*o risco é pequeno, hoje em dia, mas ainda existe
PS: antes q digam q sou uma feminista doente, ñ tenho nada contra os homens, maior respeito _aliás, amo alguns, meu pai, meu irmão, mi amore..._, mas ñ consigo deixar de admirar as mulheres, afinal eu sou uma, né? ;) . Precisamos entender "que existem diferenças entre homens e mulheres que vão criar não só direitos, como comportamentos diferentes." (como disse Renata Luna no ConversadeBanheiro _aliás, adorei esse blog!! :D).
PPS: Feliz por ter criado esse blog, já vinha c/ a vontade há algum tempo, e ontem qdo aconteceu esse episódio, pensei: " q bom ñ seria se eu tivesse um lugar p/ escrever sobre isso um pouquinho..." Aí fiz, né? ^^
Ótima semana a todos e, mulheres, keep moving!!!
xero
;***
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"Senhor, graças à Deus eu sou homem.Obrigado pela graça alcançada!"
ResponderExcluirAgüentar uma mulher nessas condições já é árduo, imagina se fosse eu!
Minha filha, eu só li até a metade, vc escreve demais e eu não tenho paciência p ler.
Antes de tudo, obrigada Mandinha, fico muito feliz em saber que você gostou do que escrevi. Para alguém que escreve há tanto tempo é legal ver o reconhecimento.
ResponderExcluirSe referindo ao post que você escreveu, concordo com sua opinião das mulheres serem mais fortes que os homens, e que Deus não nos proporcionaria nada se não fôssemos capazes de segurar a onda. Homens tendem a reclamar bastante, do trabalho, do estudo, do que precisam fazer em casa, e até mesmo de como fazer com que os filhos o obedeçam. Mas eles não percebem que nós mulheres temos tudo isso nas costas e ainda a responsabilidade direta da criação, formação e educação dos filhos perante a sociedade, e ainda temos cólicas, dores nas costas, seios doloridos, enjoos, dores de cabeça, estamos grávidas, ou tivemos um bebê a pouco tempo e temos horários para amamentar, além de um milhão de caraterísticas a mais que podem surgir após uma gravidez.
Ao mesmo tempo que eu concordo com sua opinião, eu continuo a afirmar o que eu disse no post que você leu: acho que homens e mulheres são sim diferentes e cada um tem sua particularidade, não os impedindo de serem bem-sucedidos, no caso dos homens na educação dos filhos, e no caso das mulheres, em ter sucesso no trabalho, para sustento da casa e da família. Ambos devem ter os mesmos direitos, de acordo com o que lhes é biológicamente apresentado, ambos devem ter as mesmas oportunidades de mostrar a sociedade quem são e em que são bons.
Acho que pude me identificar com seu texto como mulher, pois no meu último ano de faculdade fui mãe. Batalhei até o oitavo mês de gravidez, estagiei, fiz os trabalhos, provas, e isso sem ter regalia nenhuma além de pedir um adiantamento de 30 dias nos estágios para que eu o cumprisse antes dos nove meses, e cumpri meus horários como qualquer outro formando, aliás, tenho orgulho em afirmar que fiz ainda mais, participei de congressos, inscrevi minha monografia e outros trabalhos em eventos e fui aceita, e não tive a menos vergonha de subir num palco, segurar um microfone e apresentar meu trabalho na frente de um auditório cheio. Outros alunos (e alunas) tinham muito menos desconforto do que eu pra fazer tudo aquilo, alguns não se interessavam, outros não conseguiam. A sensação de que nosso trabalho está cumprido, mesmo com adversidades, é estrondosamente fantástica. Especialmente numa sociedade que ainda é tão preconceituosa em relação às mulheres.
Antes que isso se torne mais um post, todos somos seres humanos, com defeitos e virtudes, e cabe a cada um lutar pelo que acredita. Lute pelo que você acredita sem precisar diminuir alguém para sentir-se melhor que ele, e certamente você terá sucesso. Continue escrevendo, acho que a diversidade que encontramos quando trocamos idéias com pessoas de mente aberta aumenta nosso conhecimento do mundo e das pessoas. Tenho muitas atividades mas passarei por aqui sempre que possível.
É por essas e outras que eu sempre defendo a classe. Até aquelas mais safadas. Pois acredito que por trás da imagem que tenham criado, existiu ou existe muitas decepções e percas graves que as fizeram perder o respeito por si próprio. E homem que é homem deve sempre respeitar e valorizar qualquer uma que seja...
ResponderExcluirAdorei Amanda... me identifiquei muito!
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